terça-feira, 7 de abril de 2009

Melhor filme de 2009 até agora

Entre Os Muros da Escola


Encontrei paralelos em algumas situações no filme com passagens dos meus 11 anos de vida colegial. É claro que falo isso com um grande parêntese, já que minha realidade de escola particular católica no Rio de Janeiro está a léguas do dia-a-dia de uma escola pública da periferia de Paris cheia de imigrantes.


Ainda assim, percebi semelhanças aqui e acolá, embora não saiba como precisá-las. De qualquer maneira, o filme recebe provisoriamente a alcunha de melhor do ano, e tomara que seu lugar seja superado por outros (a começar por Valsa de Bashir, a que devo assistir esta semana ainda) rapidamente.


O filme emana sinceridade, qualidade atestada pelo elenco de atores amadores, que conta até com o autor do livro que inspirou o filme. Sempre que percebo na tela ou no papel nesgas de realidade, abro um sorriso de orelha a orelha e – não sei por quê – acho graça. Se eu me importasse, isso teria me causado momentos de embaraço em cinemas por aí, porque rio nas horas mais inconvenientes.


O mocinho disse brascubianamente pra mocinha que não se importa com ela? Gargalho. Alguém mente pra conseguir o que quer? Gargalho. Crianças se comportam como crianças (interesseiras, más e maquiávelicas como num filme do Ozu)? Gargalho.


(pule o parágrafo seguinte caso tenha visto o filme)


Em Entre Os Muros da Escola, quando o professor tentou se defender dizendo que não havia chamado as alunas de putas, ri alto. Uma atitude que qualquer um teria caso tivesse feito a merda que ele fez. Foi longe demais, não tinha como voltar atrás, não havia o que fazer além de usar sua autoridade de professor de Francês pra tentar convencer os alunos de que, na verdade, o que ele disse não foi um xingamento, mas uma metáfora, uma metonímia, um anacoluto, um zeugma, ou o que seja.


Real, logo engraçado.

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